sábado, 13 de abril de 2013

Os últimos cinco minutos

Fica mais, não vai embora tão depressa, deixa tua camisa amarrotada no pé da cama e deita mais um pouco comigo. Até faço o café que você tanto gosta, espera só mais cinco minutos. Vem conversar comigo na janela, com sua xícara quente na mão e outra envolvendo minha cintura, me diz que o dia nasceu bonito e o sol nunca esteve tão forte. Espera a chuva passar, ela ainda nem começou.
Deixa eu sentar no teu colo mais uma vez e te entregar as meias para você ir embora, teu sapato ficou perdido em algum canto do meu quarto, procura por ele mais cinco minutos só para eu te admirar mais um pouco. Pega o celular e finge que me manda uma mensagem, fica só mais cinco minutos pensando em mim e ponderando se vale a pena tantos minutos assim.
Vai embora se quiser ir, a porta nem sempre estará aberta e o relógio tampouco vai parar também. Coleta todos os últimos cinco minutos e guarda no bolso da calça e quando você menos esperar vai lembrar do que se passou.
Os últimos cinco minutos não me serviram de muita coisa, não deu tempo de dizer que por você eu teria toda a paciência do mundo e que ficaria irritada se você esquecesse de mim, que por mais desorientada que eu seja eu sempre focava nos seus olhos que gritam o seu devaneio. Vai-te embora agora por que embora a saudade exista, eu sei que tempos melhores virão. E sempre, eu disse sempre existe tempo para quem quer ficar.