domingo, 20 de novembro de 2011

Em branco.




Me preparo para escrever, ponho a caneta em meu punho e contemplo as linhas brancas. Penso, penso, penso... Não consigo nada mais do que borrões na folha que antes era limpa. Acendo um cigarro, olho o tempo pela janela e volto ao papel, nada consigo expressar. Não consigo imaginar nada diferente de nossa situação, o abandono, o choro, a birra. Como poderei eu colocar isto em um papel, ficaria obvio demais uma reconciliação.
Decidi por fim não escrever nada, nem uma poesia, nem uma prosa e nem um bilhete de reclamações, decidi que o certo era fazer de caderno meu travesseiro para que de alguma maneira você sentisse minha falta. Rasguei o único rascunho que tinha e espero que em algum dia chuvoso ou de sol, você encontre em pedaços os pensamentos que já tive, pois agora meu bem, contente-se com o vazio branco das minhas linhas vazias e minhas letras redondamente amarguradas.

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