segunda-feira, 23 de abril de 2012

Devolva-me as borboletas.




Eu sinto uma saudade enorme de minhas borboletas, elas tinham tantas cores! Umas eram pretas, outras purpuras e algumas até mesmo azuis. Que saudade de sentir suas asas batendo dentro de mim, como se eu fosse levantar voo e mudar de lugar. Não se pode prender quem nasceu para ser livre e elas voaram, voaram para muito longe e se desencontraram de mim, quantos anos já passaram? Eu já não sei ao certo, que saudade de sua leveza e do frio que me dava. Eu libertei minhas borboletas no momento em que desisti de ser presa, ser presa a mesma pessoa, aos mesmos hábitos, ao mesmo cabelo. Mas agora eu peço que voltem, minhas pequenas asas flutuantes, por que eu sinto tanta falta do embrulho que vocês me davam, como se as minhas borboletas fossem montanhas-russas.
Devolva-me as borboletas! Eram minhas e suas também, crescendo dentro da minha barriga e me fazendo alcançar brilhos que eu nunca pensei em ver. Devolva-me a purpurina que caia sobre nós dois, devolva-me tudo que me faz sentir. Devolva-me pois é meu por excelência, mérito do coração.
Voltem minhas borboletas voltem pro meu prato de flores, pro meu ventre voltar a congelar e se revirar com apenas um pensamento, voltem para o lugar de origem, pois foi em meu umbigo que vocês alcançaram voo. Voltem minhas queridas, pois sem vocês eu já não sou nada e passo as madrugadas pensando em quais ventres vocês reviram agora.

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