domingo, 25 de setembro de 2011

Alameda falante

Luana estava pronta para ir embora, tomou o último gole de uma bebida vagabunda e amarga, muito parecida com a própria rotina. Saia do bar em direção a lugar nenhum, em alguma esquina ela encontraria seu destino,era o que a ingênua menina mulher pensava.
Era tão jovem, mas sua expressão era de uma envelhecida tristeza, estava cansada de procurar amor em lugares inapropriados. Sorrisos, músculos, cabelos. Tudo isso a exasperada. De volta para casa começou a pensar no tempo perdido, nos amores que nunca aconteceram, nas paixões que nunca saíram dos olhos, dos desejos que prevaleceram na cama...
Dessa maneira desgarrada e infiel, Luana vira a esquina escura da vida, tropeçando e caindo em algumas falhas do asfalto, ao se levantar percebe um horizonte de concreto pronta para abraçar e amaldiçoar suas lágrimas secas caídas em suas roupas sujas. Toda noite obscura precisa de um sol para amanhecer, então em um raiar de luz ressecada encontra Marcus e percebe que está em uma alameda falante, gritando aos seus ouvidos os ventos do amor.

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Alameda falante de Hannah Tobelém é licenciado sob uma Licença Creative Commons Atribuição-Vedada a criação de obras derivativas 3.0 Unported.
Based on a work at alicequeramar.blogspot.com.

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