quarta-feira, 6 de junho de 2012

Borboletas

Procurei por sinais em todos os cantos do mundo, em esquinas sujas, em becos escuros e até no circo da cidade, porém nada achei. Amores em pernas cruzadas, inimigos de braços abertos, sorrisos escancaradamente falsos e a desconfiança sempre presente, foi tudo que eu consegui encontrar em meu castelo de pedras. Eu abri a janela para o vento refrescar e deixar que a luz da lua transparecesse minhas dúvidas, eis que sem esperar me aparece um ser mais leve que uma pluma. Sem perceber já estava em meu quarto, não pediu licença e muito menos permissão para ficar, me rodeou e pousou calmamente no calor da lâmpada, será que finalmente minhas borboletas estão voltando? Contemplei com atenção seus leves movimentos, a graciosidade de sua beleza. Capturei hoje minha primeira borboleta e a soltei, não se pode prender quem nasceu para ser livre. Eu a carreguei até a janela, ultrapassei as grades e ali fiquei esperando ela alcançar voo. Esperei em vão, estagnada ela ficou e me contemplou de volta, como se soubesse do que eu precisava, ela preferiu ficar, para que servem as asas senão para voar?

Nenhum comentário:

Postar um comentário