quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Com tanto amor.

"E agora que as luzem se apagaram e a festa acabou? O que eu faço com esse amor que banha nossa cama como sangue, o que faço eu das janelas do quarto e das vistas que dividimos? O que faço eu com as dividas de amor eterno e com a saudade de seu sorriso tão terno?
Só me restam fotografias e imagens turvas do que um dia fomos e não somos mais. O sol que nos abençoava toda a manhã refletindo seu rosto junto ao meu me castiga com a solidão de acordar sozinha.
Deus, o que faço com esses olhares que teimam em perambular por minha cabeça, trazendo á tona todas essas lágrimas? O que resta de mim se não saudades e vagas lembranças da nossa paixão prematura? Tua voz que era tão presente e grossa, é tão transparente agora, não perturba mais meus ouvidos cansados. Devolva-me seus barulhos, sua bagunça, suas roupas amarrotadas. Devolva-me seus cabelos desgrenhados, suas unhas mal cortadas e seu sorriso canastra. Devolva todos seus pecados, desejos e defeitos, eu aguento tudo por você. E agora, sem adeus, sem apertos de mãos, ou promessa de um novo retorno. Agora essa sou eu sem você, sem festas ao amanhecer com você ao meu lado, sem guerras de caricias ou a paixão quente em minhas veias. Sou apenas metade de amor, de lembrança, sou metade de uma vida. Mas sou inteira na minha tristeza e saudade."
Lydia contemplava o caixão do seu jovem marido " Aqui jaz muita vida e amargura", secando uma das lágrimas, Lydia aperta forte a flor contra o peito e a joga em cima do caixão do falecido. "Deixo contigo minha alma, meu corpo vai em breve."

Um comentário:

  1. Todos ao lê-lo pela primeira vez pensarão que se trata de uma simples separação. Mas não é nada disso. É a concretização da união, um amor que vai além dos campos terrestres, que se faz aqui ou lá. Lindo, lindo, lindo. A sua forma de descrever a cena, usando de diversos adjetivos deixa o texto muito rico e bonito.
    Continue assim, meu bem.
    Beijos.

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