terça-feira, 24 de janeiro de 2012

O rato roeu.

O rato roeu os corações ainda vivos e com o sangue de inocentes em seus dentes prosseguiu seu caminho. O rato roeu nosso resto de comida e misturou em sua saliva o lixo e a paixão dos inocentes, fazendo em sua boca um caldeirão de bem e mal. O rato procriou e surgiram inúmeros outros ratos que roeram nossas roupas, nosso salario, nossa felicidade e nosso amor. Com sua urina de cheiro forte nos marcou para que sempre lembremos do que nos foi tirado: O poder de pensar.
E o rei dos ratos impera em um mundo sujo e cinza, com sua prole fiscalizando, demarcando e comendo tudo o que vê pela frente, o mundo é dos ratos. Farejando nosso medo e subindo em nossas barrigas, alcançam nossos corações e cérebros.... Nós definhamos pelo fato de não podermos mais agir, mais falar, mais consumir. O rato roeu meu dedo, meu indicador preciso e mortal, roeu minha língua afiada e venenosa, roeu meus olhos cobertos por cortinas de dióxido de carbono.
O rato comeu e virou sua própria comida, sendo deposito de luxuria, poder e ganancia, abençoando seus filhos e condenando seus desconhecidos. O rato com sua barriga estufada e suas patas para cima descansa para próxima refeição, podem ser crianças, pobres, doentes, miseráveis... O rato apenas come. O rato de tanto roer, cresceu, criou polegares e aprendeu a falar e desde então o mundo é dominado por ratos de duas pernas, coluna ereta e julgamento de aço.

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