terça-feira, 5 de outubro de 2010

Infinito de um quarto.

Segurei as gotas grossas
Com receio de borrar o papel
Tateei com os dedos
O futuro incerto que traz o medo
Manchei de preto as faces que me cobrem
Voltei para os caminhos que me descobrem

Nessa imensidão de brotos
Que nascem sem saber por que
Nessa mistura de sabores
Que não identificamos o saber
Nessa confusão de sentimentos
Que eu nunca sinto
Faz falta sentir alguma coisa

A pintura em gel exposta na parede
Me faz lembrar de um passado que nunca existiu
Por que eu nunca vi o seu sorriso de manhã cedo
Nem seus cabelos desgrenhados junto aos meus

Sentada no chão do quarto
Eu olho pras paredes, eu reparo nos retratos
Eu seguro nos cascalhos
E percebo que nada mais me lembra você.

Um comentário:

  1. Me senti triste ao ler esse texto.
    Legal, você conseguiu transmitir bem a sensação que queria.

    Versos encantadores.
    Boa, poetisa!

    ResponderExcluir