quarta-feira, 22 de junho de 2011

Dúvida.

Encontro teus olhos perdidos nos passos vazios de outros pares, os calçados usados passam despercebidos até se cruzarem. As mãos frias e ásperas voltam a se tocar e as bocas fechadas abrem-se novamente em sinal de redenção, misericórdia para anos de silêncio. Os dedos que massageiam a pele percebem como o corpo amadureceu, a coluna ereta pronta para se defender se desmancha em prazer fazendo relembrar as estrelas, quantas estrelas.
O sangue vivo pulsando nas veias é o sinal de que não existe dor, nem lágrimas para serem choradas. Não existe vitória para ser comemorada ou derrota para se desistir, há apenas o presente e o estado físico que está a nossa frente. Cara a cara com a dúvida, meus olhos displicentes percebem que existe apenas um caminho nas sombras para ser revelado, revelação que apenas o futuro incerto de nossos passos amedrontados pode nos mostrar.

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