quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Véu

Daniela e Carolina eram duas criaturas fantásticas, nasceram no mesmo dia, na mesma maternidade. Cresceram juntas, dividiram sorrisos, olhares e segredos. Duas meninas tão parecidas e tão distintas, conheciam-se há vinte anos e não tinham uma única caracteristica igual.
Como Daniela era boazinha, sempre tirou boas notas, obedecia os pais, arranjava namorados que a adoravam, a respeitavam e davam valor, não tinham o que reclamar dessa menina, era a filha que pediram a Deus. Se pudessem dar nome a bondade se chamaria Daniela, ninguém nunca viu menina mais doce, ajudava os idosos, cuidava das crianças do bairro quando as mães precisavam ir trabalhar, ela vivia de dia, de noite era apenas dos livros e da cama.
Carolina era seu extremo, o oposto, sempre tirou notas altas, mas por seduzir os professores, era uma típica ninfeta, uma mulher no corpo de uma criança. Já pequena chamava a atenção, seus olhos despercebidos e ingenuos eram a luz para os homens. Nunca deu muito valor aos pais, já que jogou no lixo a boa educação que a deram. Não era religiosa, detestava domingo familiar e mal dormia, gostava mesmo era de viver a vida por completo. Usava o sexo por prazer e descobrimento, as vezes para poder se safar de algumas encrencas. Amor ela não conhecia, plantava nos homens fixação por ela e a partir disso conseguia o que queria. Era uma manipuladora e sempre conseguiu tudo o que queria.
Ninguém nunca entendeu como duas pessoas tão diferentes podiam ser amigas, nem a própria Lurdes que via de perto, como uma terceira pessoa, entendia a cumplicidade das duas almas. Elas se completavam, como se uma precisasse da outra para existir. É incrível como um corpo pode abrigar duas almas ao mesmo tempo, Lurdes que te conte.

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