terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Desejo e solidão

A muralha que eu construi
repleta de dores e rancores
há uma janela em meu peito
coberta por grades e anseios
que não me deixam ver.

Um quadro tão belo
pintado por olhos cegos
Mais lúcidos que minha vista
O preto e branco da vida
Guia o errado, é assim que ele caminha.

De tantos amores eu vive
há na lembrança apenas dores
Passageiras que nunca passam
Eu vejo um espelho com o meu passado

Passos marcados os meus
que não me deixam seguir
Vejo bem longe um horizonte
ou apenas uma miragem para me iludir.

Quero mais olhos, olhares
Quero mais braços, camaradagem
Quero mais lágrimas, sinceras
Acima de tudo quero mais vida, descoberta.

Um comentário:

  1. A angústia da maior parte do texto, essa coisa cabisbaixa de derrota extingue-se na última estrofe que revela a real intenção do eu-lírico que é a sede por um mundo novo, um mundo de felicidade e intensidade.
    Um texto pra ser guardado.
    Beijos,
    Caio.

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